A angústia de querer mudar o inevitável cria espaço para indecisões e situações desconfortáveis.
Pensava que já me tinha livrado um pouco mais deste peso psicológico.
Estava errada, oh se estava.
Pesa mais pensar que consigo, saber que consigo deixá-lo ir mas não o faço.
Porquê?
Porquê?
Porquê?
Será que só perdida é que sei ser?
Não há nada mais honesto que uma personalidade invertida, consequência de umas gotas de elixir.
Mas também não há nada como a escuridão de um beco de memórias sem inicio e fim.
Sonho com o dia em que não preciso de me perder para aceitar como posso ser se tentar.
Arrependo-me apenas de não me conseguir libertar mais vezes desta ansiedade que me persegue constantemente.
Tentando explicar o meu ponto de vista.
É fácil dizer que se ama o próximo, afundarmos-nos nos seus braços, prometer o mundo e o horizonte. É fácil querermos e desejarmos por mais do que o presente nos fornece e do que o futuro aparentemente nos reserva. É fácil convencermos-nos de que os problemas não existem e tudo está a acontecer porque algo divino assim o citou ou ainda porque as leis do universo assim ditaram antes de sequer existirmos. Se amar e ser amado fosse tão fácil e automático, inato e a receita para a felicidade, quem não amaria? Amar seria um dos nossos 5 sentidos. Amar seria o tudo no nosso nada, preencheria o vazio que nos apoquenta de noite e ninguém o contestaria independentemente de quem amássemos, independentemente da religião, raça, género,...
Mas amar nem sempre é assim. Nem todos amam. Nem todos o sabem sentir. Nem todos o querem sentir. Porque amar e ser amado não é fácil, é fruto de tentativa e erro e muitas vezes nem é passível de ser ensinado. Amar por vezes nem "é" para algumas pessoas.
Somos vítimas de uma ideia errada de que amar e ser amado é algo bonito e simples, certo e duradouro. No entanto, se prestarmos atenção vemos exemplos do contrário em todos os detalhes de um dia.
Amar está também nas discussões, nas tardes inteiras agarradas ao choro. Está nos momentos de fúria e de ciume. Amar está nas noites cinzentas de que tudo fazemos para nos mantermos acordados porque sabemos que a outra pessoa precisa de nós. Amar está na dor, no receio, na vontade de deixar tudo para trás.
Apesar de tudo isto, amar e ser amado é uma individualidade. Seja o que for que o escritores pensam que sabem sobre o amor, seja o que for que escrevam sobre ele, nada é universal, sem ser a sua existência (defendo que pessoas que não o sentem por outras no que diz respeito a uma relação o podem sentir pela família ou animal ou outro).
Tudo o que descrevi aqui tem um pouco de mim e pode ser uma afirmação de uma ideia apenas com a limitação de que não passa disso. É apenas uma opinião, é apenas a minha forma de ver o amar e ser amado e respeito que existam tantas possibilidades de ver o conceito como quantas pessoas o pensem.
E sim a minha opinião é confusa, defendo o tudo e o nada ao mesmo tempo, mas sem esta confusão não seria capaz de encontrar paz no meu pequeno mundo.
(I was going somewhere with this but then... It just got away)
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