I am a girl filled with dreams.

Desabafo #¿

Talvez se eliminar a memoria que me aflige o estomago, a mente, as pernas; talvez assim nao sinta falta da presença, da vontade, da culpa. Sou traídora num momento e fiél mal ele passa o pilar. Penso em ti mas não penso deixando o sentimento de culpa, de arrependimento, de saudade tomar conta de mim. Estou mas não estou. Não é um espaço para amar mas apenas para admirar. É quando ele passa e quando passas.
Mas contigo sinto a confiança, o amor, a felicidade adjacente a ti.
E mesmo assim sou uma traidora dos meus sentimentos, das minhas razões, do meu ser.
Por isso elimino a memoria porque se falar falei, se nao falar escondi. Se admitir que estou a pensar nele parece ter mais sentimento envolvido do que tem. Se não o admitir sinto o horrivel e amargo lado negro da quebra da confiança.
Não quero esconder. Mas não sei justificar.
Talvez
Talvez
Talvez devesse falar.
Mas não sei se deva porque é só um comentário e um sentimento vazio, uma memoria sobre nada.
Ele é apenas um foco do meu olhar como todos os outros que pode mudar a qualquer momento. Olho, e gosto de olhar. Mas nada mais. No segundo a seguir o meu novo foco rouba-me a atenção dele, nem precisa de ser alguém. É apenas um novo foco.
Mas tu, tu que me guias nesta vida imunda és mais que um foco. És a quem olho quando quero regressar a casa, a lareira acesa no frio do inverno, a luz da lua numa noite sem estrelas, um farol só para mim que me encontro a navegar em pleno mar.
E o tema do debate interior que crio é a realidade dos meus sentimentos. Sinto-me traidora por isso mesmo. Não preciso de pensar sobre o assunto para saber o que sinto mas penso. Penso porque pensar nos sentimentos por ti me fazem sentir bem.
Penso porque apesar de me sentir traidora no momento e enquanto a memoria está ao alcance na minha consciência, sou fiel no sentimento. Sempre.
Serei traidora na mesma? Apesar de o sentimento não desaparecer, serei o que me vejo a ser?
O que veria eu em ti se a condição se invertesse?

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