Escola
-
Rachel! É melhor tomares atenção ao professor…Tens mesmo de melhorar as notas
este semestre. – Disse Bryan.
Mas
ele acha que é o meu pai ou quê?
- O
quê? – Perguntei. Seria muito mau se repetisse tudo o que estava a pensar.
-
Sempre na lua! Oh meu deus! A professora vem aí. – Disse Bryan olhando para mim
e sorrindo.
- A
falar sozinha de novo? Rachel... Não tem emenda pois não? Devia começar a crescer e a entender que isso não é normal...Vá ao gabinete do psicólogo. Agora! – Mandou a
professora, deixando-me na dúvida se estaria com pena de eu passar mais aulas com psicólogo do que com ela, ou se estava mesmo chateada.
Eu
não fiz nada, era o que me apetecia gritar. Mas como é óbvio, não tenho provas
e tenho demasiado medo de a enfrentar.
Os
meus pais morreram quando tinha 5 anos e desde aí tive de aprender a lidar com
os desafios da vida sozinha. É daí que vieram as minhas inseguranças. Pode não parecer
mas, ao longo dos anos passamos por imensos desafios e, sem os nossos pais para
nos ajudarem, parece que não, mas é complicado.
Abri a porta e voltei as costas às dezenas de olhares que se pousaram em mim. Saí para o
corredor e dei de caras com dois homens de fato preto no fundo daquelas paredes
brancas. Mal a porta se fechou atrás de mim eles tiraram rapidamente as pistolas de dentro do fato e eu, assustada e sem pensar duas vezes, escondi-me
dentro de uma sala de arrumações. Os homens de fato eram assustadores. Uma má combinação mas uma óptima faca afiada a roçar a
minha curiosidade. Seriam terroristas? Agentes secretos? Polícias? Mas o que estavam a fazer na escola?
Por
isso, apesar de não o querer, apesar de todo o medo que tinha, levantei-me,
respirei fundo e quando tive a certeza de que já tinha passado algum tempo, abri a porta devagar. Queria segui-los, descobrir o que se passava.
-
Ok! Vamos lá divertir-nos um pouco! – Exclamou Bryan a meu lado, o que me fez
dar um pequeno salto na sua direcção. Ele agarrou-me e não me deixou tocar
sequer no chão.
-
Não me faças mudar de ideias. - E sorri.
Ele deu uma gargalhada e confirmou que o caminho estava livre.
-
Nunca!
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